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domingo, 5 de dezembro de 2010



Poema antigo, mas, tenho certeza, nesses tempos "politicamente corretos", nunca tão atual:

CONCIÊNCIA MULTICOR - Pelo Dia da Consciência Negra

Fubá-obá, caju-açu, murô-xilá
batuquejê, maculelê, vossa mercê
saravá minzinfiu, atô-tô à-tôa
marabô-já, sassafraz-traz, aiô oguntê. . .

Agora pergunto ao sinhô,
pergunto franco a você,
qual a cor da consciência?
quem já a viu de verdade?
Será que pintá-la lhe confere decência,
definindo-a com propriedade?

Hoje, assim refletindo,
descobri, que a minha é furtacor:
mestiça, misturada, miscigenada,
branca, pelo senhor de engenho,
que comia as escravas sorrindo;
e mesmo uma ou outra índia,
que se lhe passasse no caminho.
Mestiça, ainda, que o mesmo fazia
todo e qualquer feitor.

Assim, coloriu-se a minha consciência,
ensolarou-se, enluarou-se, amalgamou-se. . .
Cafuza, mameluca, malê,
portuguesa, francesa, tapuia,
quem sabe, até mesmo judia?
Mestiça, com muito valor.

Amo-a, desse jeito, bem misturada;
e respondo se me perguntarem,
como Einstein,
alemão e judeu:
É apenas humana, mais nada !!

- por José Luiz Santos (JL Semeador), em 20/11/2007 –

Publicado no Recanto das Letras em 21/04/2008
Código do texto: T955206

Paz demais.

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